terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Segundo dia

Definição de texto dissertativo

Aspectos constitutivos do texto dissertativo expositivo e argumentativo

Definição de linguagem formal

Definição de Denotação e Conotação

Exercício de transposição de expressões/lugares comuns para forma denotativa

Exercício de reescritura de texto informal para linguagem formal



CAPÍTULO CXLIII - O ÚLTIMO SUPERLATIVO

Não foi o último superlativo de José Dias. Outros teve que não vale a pena escrever aqui, até que veio o último, o melhor deles, o mais doce, o que lhe fez da morte um pedaço de vida. Já então morava comigo; posto que minha mãe lhe deixasse uma pequena lembrança, veio dizer-me que, com legado ou sem ele, não se separaria de mim. Talvez a esperança dele fosse enterrar-me. Correspondia-se com Capitu, a que pedia que lhe mandasse o retrato de Ezequiel; mas Capitu ia adiando a remessa de correio a correio, até que ele não pediu mais nada, a não ser o coração do jovem estudante; pedia-lhe também que não deixasse de falar a Ezequiel no velho amigo do pai e do avô, destinado pelo Céu a amar o mesmo sangue”.Era assim que ele preparava os cuidados da terceira geração; mas a morte veio antes de Ezequiel. A doença foi rápida. Mandei chamar um médico homeopata.
— Não, Bentinho, disse ele; basta um alopata; em todas as escolas se morre. Demais, foram idéias da mocidade, que o tempo levou; converto-me à fé de meus pais. A alopatia é o catolicismo da Medicina...
Morreu sereno, após uma agonia curta. Pouco antes ouviu que o céu estava lindo, e pediu que abríssemos a janela.
— Não, o ar pode fazer-lhe mal.
— Que mal? Ar é vida.
Abrimos a janela. Realmente, estava um céu azul e claro. José Dias soergueu-se e olhou para fora; após alguns instantes, deixou cair a cabeça, murmurando: Lindíssimo! Foi a última palavra que proferiu neste mundo. Pobre José Dias! Por que hei de negar que chorei por ele?

Machado de Assis - Dom Casmurro





Romeu e Julieta, de William Shakespeare
"Cena do Balcão", Ato II, Cena II (fragmento)

Ato II- Cena II

O mesmo.
Jardim de Capuleto

Entra Romeu

Julieta
Me ama? Sei que vais dizer "sim", e creio no que dizes. Se o jurares, porém,talvez te mostres inconstantes, pois os perjúrios dos amantes, dizem. Jovem sorri. Ó, meu gentil Romeu ,se amas, proclama-o com sinceridade; ou, se pensas, acaso, que foi fácil a minha conquista, vou tornar-me ríspida, franzir a sobrancelha, e dizer "não", porque me faças novamente a corte. Se não, por nada, nada, neste mundo. Belo Montecchio; é certo, estou perdida, louca de amor, daí, poder pensares que meu procedimento é assaz leviano, mas podes crer-me cavalheiro, que hei de mais fiel mostrar-me do que quantas tem bastante astúcia para serem cautas.
Poderia ter sido mais prudente, preciso confessá-lo. Se não fosses teres ouvido sem que eu percebesse, minha veraz paixão. Assim, perdoa-me, não imputando à levianidade, nunca, meu abandono pronto, descoberto tão facilmente pela noite escura.

Romeu
Senhora, juro pela Santa Lua, que acairela de prata as belas frondes de todas estas árvores frutíferas...

Julieta
Não jures pela Lua, essa inconstante, que seu contorno circular altera  todos os meses, porque não pareça que o teu amor também é assim, mudável.

Romeu
Por que devo jurar?

Julieta
Não jures por nada, ou jura, se o quiseres, por ti mesmo,por tua nobre pessoa, que é objeto de minha idolatria.Assim te creio.

Romeu
Se o amor sincero deste coração....


Julieta
Pára! Não jures, muito embora seja a minha alegria, não me alegra a aliança desta noite, irrefletida, foi por demais,precipitada,súbita,tal qual como o relâmpago que deixa de existir antes que dizer possamos. Ei-lo! Brilhou! Boa noite, meu querido, que o hálito do estio amadureça este botão de amor, porque ele possa, numa flor transformar-se, delicada, quando outra vez nos vimos. Até a vista; Boa noite. Possas ter a mesma calma que nesse instante,se me apossa da alma.


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